Associação Portuguesa de Literatura Comparada
A APLC
A 14 de Maio de 1987 foi oficialmente criada a Associação Portuguesa de Literatura Comparada (APLC), tendo a 25 de Junho do mesmo ano reunido a primeira Assembleia Geral. Os Estatutos da APLC, então publicados, identificam três grandes propósitos desta sociedade:
– a promoção e o desenvolvimento dos Estudos Comparatistas em Portugal;
– a institucionalização académica da área de Literatura Comparada;
– a conservação e reforço dos laços internacionais estabelecidos.
Dos membros fundadores da APLC, devem realçar-se os seguintes nomes:
- Maria Alzira Seixo, a primeira Presidente da Direcção da APLC e primeiro membro português a integrar, a partir de 1985, o Bureau da AILC/ICLA.
- Helena Buescu – a primeira Doutora em Literatura Comparada, em Portugal, na recém-criada área de Doutoramento na Universidade portuguesa, em 1988.
- Margarida Losa – a primeira Investigadora portuguesa a obter doutoramento em Literatura Comparada(pela New York University), em 1987.
Presentes desde a primeira hora estiveram também Vítor Aguiar e Silva, Yvette Centeno, João de Almeida Flor, Manuel Gusmão, signatários com Maria Alzira Seixo da escritura de constituição da APLC. À acção matricial destes investigadores se juntou porém a colaboração de muitos outros que, desde o início dos anos oitenta, nas Faculdades de Letras, em Lisboa, Porto e Coimbra, pugnavam também pela existência em Portugal de disciplinas em Literatura Comparada nos vários níveis de formação universitária: José da Costa Miranda, David Mourão-Ferreira, João Barrento, Maria de Lourdes Belchior, Fernando Martinho, João Ferreira Duarte, Helena Carvalhão Buescu, Maria Manuela Delille, Ofélia Paiva Monteiro ou Carlos Reis, entre muitos outros.
Para mais informações sobre a criação da Associação Portuguesa de Literatura Comparada, veja-se o número inaugural da Dedalus de 1989 disponível no link infra:
Outros se seguiram: o caminho vai sendo feito pelos que o percorrem.
Regendo a sua acção, não apenas pelos Estatutos, mas também pelo legado dos seus fundadores, a APLC oferece aos associados:
– a difusão e o apoio a actividades que promovam os estudos literários de índole comparatística,
– a promoção e divulgação dos cursos em estudos comparatísticos, nos vários centros de investigação existentes em Portugal e no estrangeiro, e
– a visibilidade das actividades nacionais no quadro da AILC/ICLA, na qual os sócios nacionais se encontram simultaneamente associados.
Dando regularmente forma a estes objectivos da APLC, foi sendo editada a Revista Dedalus, cujo primeiro número foi publicado em 1989, ano também do I Congresso Internacional de Literatura Comparada em Portugal (Lisboa e Évora).
O logótipo da APLC, criado a partir de um desenho de Manuel Gusmão, representa o projecto desta associação em prol da Literatura Comparada. Desde o conceito de Weltliteratur, usado por Goethe em 1827, ao de Literatura-Mundo, retomado por Helena Buescu, em 2013, a Literatura Comparada vai-se definindo como consciência de uma tensão permanente entre o “universo” e o “diverso”. Uma forma de entendimento da investigação literária “que se ocupa do estudo sistemático dos conjuntos supranacionais”. “Afã, desejo”, “exploração”, actividade em confronto com outras actividades (de diferentes tempos, espaços, textos, ou artes), reflexão ponderada sobre “a metamorfose de géneros, formas ou temas” (Claudio Guillén).
Simbolicamente, entre dois mundos, a poética cartográfica de um investigador “em deslocação”.